Automutilação na criança e adolescente

Os atos de automutilação estão se tornando cada dia mais comuns na infância e adolescência. O que também seria chamado de autoflagelação não poderia ser visto por pais e responsáveis e pela equipe escolar não como apenas como caprichos ou formas de chamar a atenção dos outros.

Ao contrário, a automutilação pode sim estar relacionada à questões emocionais muito complexas e devem ser tratadas da melhor forma pois podem levar a comportamento piores e até irreversíveis.

As motivações para os comportamentos de automutilação como cortes e arranhões, pode estar relacionada a inúmeros fatores e devem ser melhor investigados principalmente por profissionais capacitados como psiquiatra infantil juntamente com um psicólogo ou psicanalista infantil, e o importante é que se busque ajuda profissional com urgência.

Muitas destas crianças e jovens, ao contrário do que se pode pensar, não buscam o ato de se machucar como forma de chamar a atenção, mas para amenizar dores da alma conscientes e inconscientes que não são capazes de lidar. Eles realizam estes atos principalmente em momentos de angústia, dor emocional e insuportáveis questões internas.

Existem causas na automutilação que podem ser variadas, como a depressão que atualmente é muito comum e deve sim ser levada à sério para não evoluir para um quadro ainda pior. A solidão que muitas crianças adolescentes vivem na sociedade destes dias pode gerar distanciamento familiar que pode potencializar esta situação.

Outra questão à ser considerada e muito comum também na sociedade atual é o bullying. Estando diretamente relacionado aos padrões esperados na sociedade, crianças e adolescentes que não se enquadram podem sofre os males deste problema.

Na adolescência, dificuldades e traumas emocionais vivenciados na infância podem continuar e evoluir na etapa adolescente. Desta forma, unem-se causas hormonais normais nesta faixa etária que já mexem naturalmente com o emocional, como mudanças psicossociais e físicas que ocorrem. Ocorrências ocasionais como abusos sexuais, uso de drogas e bebidas por parte dos cuidadores, violência e maus tratos, dentre outros podem ser fatores de risco para a prática da automutilação.

Não menos importante, distúrbios psiquiátricos podem ser também motivo para a prática. Depressão, ansiedade, estresse, transtornos alimentares, personalidade borderline, bipolaridade dentre outros podem ser motivo também da automutilação por parte de crianças e adolescentes.

Além das questões citadas, podem existir ainda outros fatores a se melhor investigados com profissionais da saúde preparados para ajudar as crianças e adolescentes, dando o aporte emocional tão necessário e urgente nesta situação delicada e preocupante.

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Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil www.deborahramos.com